O movimento de cidadãos Plataforma Cidade, tem ao longo destes últimos tempos (e muito bem) defendido uma posição de melhoria da ferrovia que nos serve. Facto é que à boleia de um interesse de modernização nacional da nossa ferrovia este tema, ganhou protagonismo, bem como a discussão em torno deste, sendo esta, essencialmente feita em torno de dois pontos de elevada importância:
1. A ligação de Aveiro a Espanha
2. O tgv e o acesso a este na capital do distrito.
Não querendo desfocar a reivindicação sobre este, gostava de adicionar outros três pontos que devem ser reivindicados com a mesma intensidade:
1. Recuperação da linha do Vouga, Aveiro, Águeda, Albergaria, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira a Espinho;
2. Recuperação Aveiro Viseu
3. Tornar o troço ferroviário até ao porto de Aveiro disponível a passageiros.
Porquê? Podemos dar várias justificações:
- podemos dizer que a Linha do Vouga com ligação à linha do Norte completando um anel ferroviário Aveiro-Aveiro serve de acordo com os últimos censos cerca de meio milhão de pessoas
- podemos dizer que serve e liga cerca de umas 35.000 empresas e estas ao Porto de Aveiro
- podemos dizer que volta a ligar uma boa parte do distrito, algo que era real há 100 anos atrás
- serve a Universidade de Aveiro e os seus pólos permitindo que grande parte da sua comunidade seja servida por esta infraestrutura
- permite uma maior interação entre as gentes de Viseu e Aveiro
Problema: para criar a oferta necessária que satisfaça as necessidades dos residentes, das empresas e dos que nos visitam parece-nos brutalmente curto 100 milhões de euros “para modernizar a linha”.
Se queremos suprir uma necessidade crescente de ligar estas cidades teremos de não ficar pela modernização da linha, mas sim tornar a linha do Vale do Vouga capaz de operar com a regularidade, conforto e velocidade que esta zona do país tem direito.
E assim a Associação Comercial do Distrito de Aveiro junta a sua voz ao proposto pela Plataforma Cidades:
“(…) a Operacionalização estratégica que o “Anel” ferroviário, constituído pela Linha do Vale do Vouga (Aveiro-Espinho) e Linha do Norte (Espinho-Aveiro), suscitam no quadro do Desenvolvimento dessa Sub-Região: o “Noroeste do Entre Douro e Vouga” mas, Não chega renovar as linhas é bom, mas curto a oferta tem de ter uma frequência de c1) [passageiros] No essencial o que propomos quanto à Ferrovia para Passageiros são três coisas que se complementam:
- Que a Estação dos CF de Aveiro, sendo a única com Alta Velocidade (AV) nesta Cidade-Região, seja simultaneamente, quer o seu “Interface Urbano Central Multimodal” de comunicações, quer o “nó sul” de articulação dos três modos ferroviários: a AV, a Linha do Norte (LN) quadruplicada e da Linha do Vale do Vouga (LVV) reabilitada;
- Que na LN, o troço Espinho-Aveiro, quadruplicado e a LVV, Aveiro-Espinho reabilitada, sejam assumidas e tratadas, como o contínuo ferroviário – “Anel Noroeste de Desenvolvimento Regional do Entre Douro e Mondego” – que contribui para a nuclearização e interligação do povoamento, das atividades e do desenvolvimento inteligente dos territórios e comunidades por ele “amarrados”, ou com eles articulados, incluindo os das Comunidades e Associações de Municípios desta Sub-Região, os da “Área Metropolitana do Porto” e outros do “Centro”, assim beneficiando a coesão territorial.
- Que a LVV, como parte do referido “Anel de Desenvolvimento “, seja tida como a amarração ao território de uma “Estrutura Espacial Urbana” (EeU) que integra e serve quer as circunstâncias e objetos, quer os municípios, empresas e associações – a vida das comunidades – que lhe estão no caminho ou que com ela se articulam recorrendo, se necessário, a outros modos de transporte ou tipologia de intervenção.
A LVV, para além de servir a comunidade da sua envolvente, deve ser um catalisador de desenvolvimento socioeconómico, de reforço de coesão territorial e de mitigação de persistentes assimetrias. Aqui o impacto não se circunscreve à infraestrutura, mas abrange a sua operação que deverá ter em conta a componente social e económica dos referidos contextos. (…)” O que acha?